Pois é caros amigos, hoje venho-vos falar de outra das coisas que me impressionou bastante ao chegar a este “novo mundo”, os táxis.
Em primeiro lugar andar de táxi por estas paragens é uma aventura por si só pois todos os taxistas pensam que são os novos “Colin McRae” da praça e nós, sem sabermos bem como, nem porquê, passamos a ser os seus “co-pilotos” à força.
Em segundo lugar porque andar em muitos dos táxis desta terra é “pormo-nos na pele” dos animais do circo ou do zoo, isto porque se em Portugal se luta pela instalação de divisórias de separação entre o condutor e os passageiros, aqui existem literalmente JAULAS onde o cliente vai dentro durante toda a viagem, o que faz os táxis parecerem aqueles carros da polícia dos cartoons onde o “malfeitor” (eventualmente) acaba por ir dentro, espreitando pela janela com grades.
Curiosamente, outra coisa que me cativou a atenção é o facto de serem “quase todos” da marca VW de um tal modelo SANTANA que nem sabia existir mas que se parece com os JETTA de outros tempos.
Outro aspecto curioso é o facto (obvio) da comunicação com os taxistas ser quase impossível, pois a única língua que eles conhecem (e mal) é o chinês para além de que os locais do estilo Hotéis e outros têm em chinês um nome que nada tem a ver com a designação internacional pela qual são conhecidos. Solução: andamos todos (os estrangeiros) cheios de papelinhos e cartões com as moradas dos locais para onde queremos ou costumamos ir para que os taxistas possam ler as moradas e nos levem ao destino.
É assim, a vida na China... e eu agora vou andando para dentro, pois parece que vem aí um tal “FengShen” (Deus Vento) para nos arejar... (ainda bem porque os vidros da sala já estavam a precisar de ser lavados outra vez).
Deixo-vos aqui hoje mais um exemplo das idiotices que vejo diariamente ao volante.
O transporte das crianças nos automóveis – pensar-se-ia que no país onde todos os acessórios para transporte de crianças (de todas as idade e tamanhos) são feitos que não haveria problemas com esse aspecto e, na verdade, não há, pois é EXTREMAMENTE comum ver todos os dias pais (e mães) que transportam os seus filhos de tenra idade... AO VOLANTE... NEM MAIS!
Não sei se é por pura ignorância ou se realmente as pessoas acham que estão a contribuir para a educação e/ou formação dos filhos – “ensinando-lhes” a conduzir desde cedo.
É um facto que “todos nós” (pelo menos o pessoal da minha geração) já andou ao volante com os nossos pais, mas nessa altura não haviam air-bags e outros tais que agora fazem dessa viagem um risco AINDA maior do que na altura.
Mas é assim mesmo que eles vão, ao colo... e ao volante porque apesar de as fabricarem aos milhões não usam nem uma das nossas “famosas” cadeirinhas XPTO com todos os autocolantes “CE” (como manda a lei).
Este post é mesmo "fresquinho" (não pelo tempo que apesar da chuva está um calor que não se pode) mas "fresquinho" mesmo no sentido em que tem apenas alguns minutos diria mais, menos de uma hora e tem novamente a ver com a capacidade que os chineses têm de me surpreender... sempre...
Já vos tinha falados diversas vezes da "praga" das scooters e de como eles as usam, agora fica aqui um exemplo de como (e porquê) que eles não tem qualquer problema em usar este tipo de transporte mesmo quando chove "a potes"...
E como diz o ditado: "Uma imagem vale mais que 1000 palavras"... aqui fica... essa imagem... (a qualidade não é muita mas creio que dá para perceber o "papelão")...
Em Portugal, a crítica aos funcionários públicos e ás instituições e repartições onde estes se encontram é diária, toda a gente tem uma palavrinha de escárnio ou maldizer para soltar acerca desta ou daquela repartição ou deste ou daquele funcionário publico. Muitas vezes sabemos que é mais um habito que outra coisa e por experiencia própria reconheço que nos últimos anos as coisas evoluíram muito nesse capitulo (nalguns casos).
Mas... e como será... na China... onde as repartições têm que atender diariamente milhões de pessoas?! A resposta obtive-a muito recentemente pois necessitei de tratar de alguns documentos relativos à minha permanência aqui.
Em primeiro lugar o chamado sistema do “CU” (Cartão Único) que a muito custo tem sido anunciado (mais do que implementado) em Portugal... aqui funciona e sempre funcionou... lindamente. Existe uma espécie de BI que serve para tudo... é o documento de identificação GERAL e é usado seja na relação com as Finanças, como os serviços de Identificação, Alfandega, Serviços de Saúde... mas para além disso há uma coisa com esse sistema que me agradou (e MUITO). Vejamos o exemplo:
Em Portugal – vamos renovar o BI, tratamos da papelada e esperamos... não se sabe muito bem quanto tempo (dependo do local e do carácter de maior ou menos urgência do documento).
Na China – vamos renovar o BI, tratamos da papelada e... quando está pronto para levantamento recebemos uma SMS, um E-MAIL, ou ambos... a indicar-nos que o nosso documento está pronto e aguarda levantamento a partir do dia “x” no horário “y “a “z”. Ok, é chato quando eles se esquecem e mandam a SMS em chinês, mas quase sempre é seguida por outra... digamos... mais legível...
E o mesmo acontece nos Serviços de Saúde quando temos uma consulta marcada ou um qualquer exame, também podemos activar esse serviço que nos permite no dia anterior recebermos igualmente uma SMS de “lembrança” para esse compromisso.
Realmente dá que pensar e recorda-nos que há “choques” tecnológicos e há “curto-circuitos” tecnológicos e que não são bem a mesma coisa...
Decidi fazer uma pequena lista das coisas boas que há na China e que não temos ou são muito mais difíceis de obter por terras lusitanas.
Aqui vão os destaques:
- Não precisamos sair de casa para ir despejar o lixo – todos (ou quase todos) os prédios dispõe de um local por piso onde depositamos todo o lixo que depois é tratado pelo condomínio;
- Há supermercados, restaurantes e lojas de conveniência abertos 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano (só fecham mesmo quanto os tufões e outras tempestades tropicais atacam forte);
- Todos (ou quase todos) os restaurantes (sejam eles de que tipo de comida forem) têm take away e entregas em casa, sendo que muitos deles nem sequer cobram qualquer valor adicional por esse serviço;
- Há, nas proximidades de casa ou trabalho, um restaurante de comida italiana, indiana, japonesa, espanhola, francesa, mexicana ou mesmo portuguesa (se bem de português por vezes é pouco mais do que o nome).
- Quase tudo pode ser pedido por telefone e entregue em casa.
Como vêm há muitas razões para que viver na China não seja assim tão mau como às vezes parece. E estas são apenas algumas, há muitas mais.