Hoje não pude deixar de o fazer, não consegui, faço este post não apenas como um alerta, como uma informação ao mundo, mas também e principalmente como uma espécie de terapia… para mim próprio…
Não foi a primeira vez, já outras vezes tinha sentido em algumas situações que o facto de ser estrangeiro nestas terras me fecha algumas portas e me barra caminhos desviando-me para locais mais confortáveis e cómodos para os locais mas pela primeira vez senti, com toda a certeza e clarividência que na China também há RACISMO, XENOFOBIA ou talvez um certo SEPARATISMO, uma espécie de “APARTHEID” na versão chinesa. Pela primeira vez senti que me foi barrado o acesso a um local público, a um espectáculo público para o qual eram inclusivamente vendidos bilhetes de ingresso mas não a mim, porquê? Acredito que simplesmente pelo facto de não ter cara oriental, não ser oriental, não ser da mesma “raça”…
O espectáculo de que falo nada tinha de especial, creio, era apenas um espectáculo tradicional de “ópera chinesa” muito comuns nesta altura do ano e, apesar de ter a noção que estes espectáculos encerram muitas vezes cultos de carácter religioso ou de culto aos antepassados nunca pensei que me pudesse ser barrado o acesso a um espectáculo que reafirmo uma vez mais, era público, e em lugar público e do qual tive conhecimento pela publicidade feita nalguns jornais.
Mas, na verdade, percebei que não se destinava a mim, estrangeiro, mas apenas a um grupo mais restrito onde os outsiders não estão incluídos e muito menos são bem-vindos.
Num mundo que se diz cada vez mais global e onde a palavra “globalização” anda na boca de todos parece-me que descobri a maior forma de “anti-globalização” que existe – o RACISMO, a XENOFOBIA e o SEPARATISMO entre culturas…
A descoberta foi feita pelo Dr. Liu Anbin no hospital de Qingshen a quando de uma ecografia efectuada à idosa por esta se queixar de dores de estômago.
Mas por mais macabra que esta descoberta possa já parecer, o pior, veio depois, quando questionada acerca do assunto a idosa revelou que não se travava de uma surpresa para ela, pois sabia perfeitamente possuir esse “bebé por nascer” no seu útero desde 1948?!
Desde essa altura – revelou – que soube que o meu filho tinha morrido, mas os médicos pediram-me muito dinheiro (cerca de 150€) para o tirar e como eu não tinha, não fiz nada...
Assim, ficaram os médicos chineses primeiro, e agora o mundo a saber que esta senhora de 92 anos de idade carrega no seu útero um feto morto à cerca de 60 anos por mera incapacidade de fazer face aos custos para o remover.
Por explicar pelo ciência fica o “como é possivel” uma mulher carregar um feto morto dentro do seu corpo durante 60 anos mantendo um estado de saúde invejável.
Desde que foi revelada a notícia já correu mundo e hoje mesmo o jornal britânico “The Sun” fará uma reportagem mais alargada sobre o assunto, quem tiver curiosidade compre (se puder) ou passe no site do dito jornal e veja todos os pormenores.
É realmente impressionante a capacidade que estes indivíduos têm para me surpreender quando eu pensava que já tinha visto e ouvido de tudo... eles saem-se sempre com mais uma... e das boas...
Por certo a medida deve ter sido recebida com imensa alegria por todas as famílias enlutadas e que acabaram de perder todo o trabalho de uma vida e ainda os seus descendentes.
É aquilo que eu chamo a política do “animal de estimação”... “oh, morreu o vosso peixinho de aquário, não faz mal, nós compramos outro igual para substituir” – confesso que me sinto profundamente envergonhado por em pleno século XXI estar a assistir a tamanha desumanidade mas é assim a “nova” China... aparentemente de “cara lavada” mas não conseguindo deixar de esconder os mesmos “esqueletos no armário” de sempre.