Acontece que essa curiosidade levou-me a entrar na newsletter e a “perder” algum tempo para ver que diferenças havia entre o carro em Portugal e na China e cheguei a uma conclusão desoladora, o carro é o mesmo, o equipamento é o mesmo, as cores disponíveis são... as mesmas... e as únicas coisas que são mesmo diferentes em toda esta questão é que a versão TOPO DE GAMA é a versão BASE aqui e enquanto aqui custa cerca de 22 500€ em PORTUGAL... o MESMO CARRO, a MESMA VERSÃO... custa a módica quantia de 49 000€... sim, leram bem e não há nenhum engano... é isso mesmo... (e se o meu excel não me falha) em Portugal o mesmo carro custa mais 117,778% que aqui.
Razão para dizer, em Portugal ter carro, seja ele qual for, é mesmo possuir um bem de LUXO... estamos ou não estamos de “Accord”.
Em Portugal, a crítica aos funcionários públicos e ás instituições e repartições onde estes se encontram é diária, toda a gente tem uma palavrinha de escárnio ou maldizer para soltar acerca desta ou daquela repartição ou deste ou daquele funcionário publico. Muitas vezes sabemos que é mais um habito que outra coisa e por experiencia própria reconheço que nos últimos anos as coisas evoluíram muito nesse capitulo (nalguns casos).
Mas... e como será... na China... onde as repartições têm que atender diariamente milhões de pessoas?! A resposta obtive-a muito recentemente pois necessitei de tratar de alguns documentos relativos à minha permanência aqui.
Em primeiro lugar o chamado sistema do “CU” (Cartão Único) que a muito custo tem sido anunciado (mais do que implementado) em Portugal... aqui funciona e sempre funcionou... lindamente. Existe uma espécie de BI que serve para tudo... é o documento de identificação GERAL e é usado seja na relação com as Finanças, como os serviços de Identificação, Alfandega, Serviços de Saúde... mas para além disso há uma coisa com esse sistema que me agradou (e MUITO). Vejamos o exemplo:
Em Portugal – vamos renovar o BI, tratamos da papelada e esperamos... não se sabe muito bem quanto tempo (dependo do local e do carácter de maior ou menos urgência do documento).
Na China – vamos renovar o BI, tratamos da papelada e... quando está pronto para levantamento recebemos uma SMS, um E-MAIL, ou ambos... a indicar-nos que o nosso documento está pronto e aguarda levantamento a partir do dia “x” no horário “y “a “z”. Ok, é chato quando eles se esquecem e mandam a SMS em chinês, mas quase sempre é seguida por outra... digamos... mais legível...
E o mesmo acontece nos Serviços de Saúde quando temos uma consulta marcada ou um qualquer exame, também podemos activar esse serviço que nos permite no dia anterior recebermos igualmente uma SMS de “lembrança” para esse compromisso.
Realmente dá que pensar e recorda-nos que há “choques” tecnológicos e há “curto-circuitos” tecnológicos e que não são bem a mesma coisa...
A notícia em si suscita-me de imediato três tipos de comentários:
1º - E parafraseando o presidente do governo regional da Madeira: “Está tudo grosso ou quê?!”.
2º - Ninguém em Portugal deve ler jornais ou ver/ouvir as noticias que chegam da China. É que todos os dias se vêm centenas de individualidades, países, estados e organizações a mostrarem os seus valorosos cheques cheios de zeros com as suas contribuições para a ajuda às vitimas.
3º - Estou certo que os 250 mil dólares do governo português vão ser muito úteis na China, pensando bem, deram quase tanto como uma cantora de Hong Kong (da qual agora não me lembro agora o nome).
Simplesmente deprimente, se não podemos ajudar, nem sequer a nós próprios, ao menos não façamos figuras ridículas tentando ajudar quem tem muito mais do que nós. Parecemos um “pedinte” que vai pôr parte das suas esmolas numa caixa de um artista de rua (se soubesse desenhar era esse o cartoon que faria... fica a ideia).